Por Saulo Pereira Guimarães
Erramos. Assim se chama o espaço na página 3 da Folha reservado para informar aos leitores sobre os erros do jornal. “Diferentemente do que foi publicado, Jesus não foi enforcado, mas crucificado”, avisou a coluna em seu mais célebre registro, em 07 de dezembro de 1994. Aqui na Eixo, temos o mesmo compromisso com a precisão jornalística. Mas também erramos. Ou, pelo menos, vislumbramos futuros praticamente inevitáveis que, às vezes, não se concretizam.
Foi assim quando publicamos, em 20 de julho de 2023, a edição batizada de Botafogomania. Àquela altura, o alvi-negro estava havia um mês sem perder e era líder isolado do Brasileirão. Seus 39 pontos lhe davam em relação ao Flamengo, então segundo colocado, uma vantagem de 12 pontos. Até então, só o São Paulo em 2008 e o próprio Flamengo em 2009 haviam superado uma distância tão grande para alcançar o título.
Naquele momento, era praticamente impossível imaginar que o Botafogo não fosse o próximo campeão brasileiro. Mas há coisas que só acontecem com o Botafogo.
Deu tudo errado no segundo semestre do Botafogo em 2023. Novo técnico, o português Bruno Lages derrubou o rendimento do time. Artilheiro da equipe, Tiquinho Soares perdeu o pai e o brilho. No confronto com o então rival direto Palmeiras, o Botafogo chegou a abrir 3 a 0, mas sofreu a virada e uma inacreditável derrota por 4 a 3. Algumas semanas depois, perdeu a liderança do campeonato, do qual acabou como quinto colocado.
Ana Rita é botafoguense roxa. Aqui em casa, nós começamos 2023 vendo Sportv para não ver GloboNews e terminamos 2023 vendo GloboNews para não ver Sportv.
É preciso recordar tudo isso para contar a história do Botafogo em 2024. Mais uma vez, o time disparou na frente no começo do campeonato e liderou desde a 16ª rodada, praticamente sem cair. Mais uma vez, houve uma troca de técnico, e, mais uma vez, assumiu um português: Arthur Jorge, em abril. Mas nem tudo se repetiu. O craque da equipe deixou de ser Tiquinho para ser Luís Henrique, por exemplo. O Palmeiras deixou de ser dor de cabeça para virar questão de honra.
Quis o destino que o Botafogo chegasse ao fim do ano com várias decisões pela frente. Com jeitão de finalíssima, o último jogo no Brasileirão com o vice-líder Palmeiras aconteceu em 26 de novembro. Três a um para os cariocas. Quatro dias depois, a final da Libertadores, contra o Atlético Mineiro, em Buenos Aires. Mais um três a um, dessa vez com um a menos desde o primeiro minuto, e uma festa dos diabos no Rio inteiro. Por fim, o último jogo do Brasileirão, contra o São Paulo, no domingo (8). Um dois a um que encerrou um jejum de 29 anos de títulos nacionais do alvi-negro. Não deu para não se emocionar.

A derrota para o Pachuca do México por três a zero na Copa Intercontinental nesta quarta (11) é só um detalhe no ano mais vitorioso da história do clube que transformou o Brasil no país do futebol. Lá do céu, Garrincha e companhia devem estar felizes da vida.
Se alguém errou, fomos nós. O Botafogo se acertou.
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Salve, meu povo! A última edição foi bem lida. "O bibliotecário em mim amou essa crônica", disse o Vinicius, da
. Já a Eliete Pereira saudou "os frutos belíssimos" que o apego a bibliotecas nos dá.Letícia (que comemorou minha iniciação na tetralogia napolitana) e Gabriela Tricanico deixaram likes no Instagram. Ana Rita e Mariana Rodrigues, aqui mesmo.
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Até quinta, às 8h30, aqui na Eixo.
Os botafoguenses da minha vida (pai e irmão) são tão doentes quanto eu pelo Flamengo (num sei sequer citar um jogador do time!). Mas encaminhei a eles este texto para, quem sabe, estimular a torcida pro Fogão ano que vem!
O Botafogo foi incrível! Felizmente nós surpreendeu de forma positiva. Até a derrota para o Pachuca foi perdoada. O time já tinha nos dado o seu melhor.
Salve o Glorioso! Salve Garrincha, minha inspiração botafoguense.