Por Saulo Pereira Guimarães
Chegou a época deles. Alguns são enormes. Outros, diminutos. Alguns nos cativam. Outros, nos horrorizam. Alguns, em determinadas circunstâncias, fazem toda diferença. Outros seguem aguardando o momento em que o tempo (ou a moda) lhes dará razão (de ser). Eu poderia estar tranquilamente falando sobre jornalistas. Mas não estou — afinal, chegou a época deles, eu disse — e a edição desta semana é sobre um tema mais complexo: casacos.
É maio, faz frio em São Paulo e eu deveria comprar agasalhos novos. Herdei do meu pai a maioria dos que visto e, apesar do bom gosto do falecido, muitos já foram usados demais e estão com bolsos furados — assim como vários autores de reportagem. Alguns são mais discretos e, por isso mesmo, funcionam em qualquer ocasião. Outros, mais peculiares, exigem condições específicas, o que os torna definitivamente menos interessantes. Alguns são belíssimos, luxuosos, dignos de todas as atenções. Outros têm mais valor tão somente pela eficácia extrema naquilo que se propõem a fazer. E, por sinal, poucos são os capazes de conciliar as duas características.
Os casacos, eu digo. Não os jornalistas.
Neste exato momento, na mesa ao lado da minha em um shopping de uma área nobre de São Paulo, uma senhora fala num francês ruim vestindo uma jaqueta puffer. Porque os agasalhos, para além de roupas que servem para nos aquecer, se tornaram objetos de estilo. Quem veste uma jaqueta puffer quer transmitir uma determinada mensagem, assim como o setorista de Vasco, em geral, precisa de ajustes para cobrir Planalto. Alguns moletons não esquentam porque não cobrem tudo o que deveriam. Já alguns colegas me deixam confusos por serem longos demais. Há jornalistas que se destacam pela finesse e roupas de frio que, não raro, perdem o sentido por serem exageradamente grossas.
E vice-versa.
No fim, é tudo uma questão de finalidade. Casacos existem para vestir. Jornalistas, para informar. Há quem confunda blusa de manga com moletom e influenciador com âncora de telejornal. Os dois cumprem papéis parecidos, embora tenham sido criados por motivos diferentes. Haveria vida sem os dois? Claro. Seria tão boa quanto essa? Não sei. Além de tudo isso, não se pode esquecer que as coisas nem sempre saem exatamente como foram planejadas. Eu gosto, por exemplo, de usar agasalho com bermuda. Tem repórter que gasta tempo observando a realidade só para escrever uma crônica. E tudo bem.
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Salve, meu povo! A última edição gerou uma rodada de afeto aqui na Eixo. Para Alexandre Almeida, a saideira perfeita é aquela em que há uma letra para cada dose do seguinte pedido: "POR FAVOR traga a SASASASASASASAIIIIIIIIIIIIDEIDEIDEiDEiDEiRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA".
Ana Bimbati, Carlos Sousa, Eliete Pereira, Jorjão, Mariah Pereira, Noeldina Zanina, Regina Zanina e Uesley Durães deixaram likes.
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Até quinta, às 8h30, aqui na Eixo.
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Casacos: vale o gosto do freguês 😁e jornalistas os bons a gente “sente” de longe! Abraço!
Bom demais é ler uma interessante crônica sobre casacos e jornalistas. Legal quando ambos cumprem bem as suas funções.